domingo, abril 28, 2013
Revoei
E, de repente, eu senti a leveza de me
interessar por outro alguém. Sem passado pesando, sem presente passando
despercebido. Fiquei feliz, não em começar uma possível nova história, nem em,
quem sabe dessa vez, acertar. Não tava surtando e planejando um futuro lindo,
com filhos correndo pela casa e cachorro no quintal, com o cara que eu mal
conheço. Nada de planos bonitos, que sempre acabam rasgados pelo chão. Era um
interesse simples, era pele, olhos nos olhos, arrepio, nada demais. O que me
fazia sorrir de canto a canto era eu estar andando na direção de um outro
alguém, sem me sentir acorrentada a nada e a mais ninguém. Sem nenhuma
expectativa e nenhuma obrigação. Não tava ali pra adormecer minha dor por umas
horas, não tava distraindo minha saudade. Tava ali e só, ficando bem, sem
forçar. O ponto não era o novo cara, entende? Era meu reabrir de asas. Revoei.
segunda-feira, abril 22, 2013
Sai desse bolso, princesa
Não tem conselho de amiga que dê
jeito. O cara pode chegar e dizer com todas as letras que não quer mais nada e
nunca quis, pode fazer e falar o que for, ficar com a sua amiga, sua vizinha,
sua prima. Você tem mil argumentos na manga, pra ver todo e qualquer vacilo com
babados cor-de-rosa. Coleciona desculpas, pra que toda a culpa do cara mais
idiota do mundo, pareça acidente ou fique minúscula e desculpável. O mundo pode
gritar a verdade no seu ouvido, o cara esfrega ela na sua cara, mas você prefere
permanecer de olhos fechados e ouvidos tampados, brincando de se enganar.
Esqueceu como se brinca de ser feliz. Você e sua dor, presas numa bola de ar.
Sua opção, triste e solitária. A menina de antes não precisava suplicar amor,
ter alguém do lado dela por pena. Agora vamos fazer as contas: Você era linda
em todos os sentidos possíveis, agora é o que? Perdeu o sorriso incrível, a
paz, o encanto, a leveza, o amor-próprio. Perdeu o valor, se guardou no bolso
de um imbecil, pequena e compacta. Quem ia querer alguém assim? E a menina que
sonhava grande? Seus sonhos não cabem no bolso dele, abriu mão também? Eu posso
entender seu sacrifício sem recompensa, mas agora me responde só uma coisa: O
que você ganhou, além de dor? Sua felicidade não cabe na bolha de ar. Se nem
você se ama, como pode pedir isso pra alguém? Sai desse bolso, princesa. Você é
mulher, dele ou não. Não é moeda. Azar de quem te perdeu! Deixa ter sorte, quem
te encontrar.
segunda-feira, abril 15, 2013
Deixo por conta destino, espero e confio
Poderia ter sido diferente. Mas se
fosse, será que teria sido pra melhor? Quem vai saber? Melhor ter ficado assim,
tudo mais ou menos, tudo sem mais nem menos, tudo reduzido a nada, numa fração
de segundos. Confio muito em destino, num plano maior, forças do universo em
conspiração. Me acha doida? Talvez, mas é que acreditar que tudo depende só das
pessoas, essas que vivem fazendo pouco do amor e substituindo seus valores por
etiquetas, me parece tão pequeno, nunca me bastou. Não vou te dizer que aceito
bem tudo que me é arrancado ou vai embora por vontade própria, sem dizer adeus.
Não vou fingir que não dói e que eu não preferia ter optado, não vou esconder a
saudade. No começo é uma tortura, não é nada fácil, não nego. Mas, mesmo com
tudo à flor da pele, eu não me esqueço dessa coisa de karma, de tudo acontecer
por um motivo e na hora certa. Não demora muito e eu até acho melhor, solto o
mundo e deixo que voe o que quiser voar. Que fique o que quiser e tiver que
ficar. É muito mais triste e solitário me apegar ao que não me pertence, me
fechar pra coisas maravilhosas, por estar presa numa história breve e condenada
ao fim. Só respiro fundo e espero, com fé e um certo alívio, que o que for
realmente meu, volte muito mais bonito, forte e mais meu do que nunca. Ou,
minha opção preferida, que nunca vá. Amém.
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