Tanto tempo do seu lado, que
eu não sei mais ir embora. E não quero. Sempre que eu termino um novo amor, é
você que me consola. Toda vez que eu preciso de um colo, por qualquer motivo, é
pro seu que eu corro. Você recarrega minhas forças, meu amor, minhas
esperanças. E quando eu tô completa de novo e aparece um possível romance, a
gente se dá uma pausa, pra eu poder me concentrar, tentar uma nova história.
Que não flui e eu volto pra você, de olhos fechados, como sempre. E você também
tenta suas histórias por aí, mas tudo acaba sempre igual: eu, você e
reticências. Não importa quantas vírgulas a gente ponha, imponha, o fim é
sempre nós em continuidade. Suas aventuras, as minhas, nada dá certo, mas a
gente nunca dá errado. Você sabe o que fazer, como fazer, quando. Você sabe do
que eu preciso, melhor que eu mesma. E é por isso que eu me sinto segura.
Encosto em você e desabo, porque eu tenho certeza que você sabe como segurar. E
sabe mesmo, sabe bem. A gente tem alguma coisa linda, que mesmo sem um nome ou
rótulo, me faz um bem sem tamanho. A gente é alguma coisa que nunca foi
conversada ou decretada por nós, mas é bem mais que amizade e no fundo você
sabe, eu sei. Nossa magia não é segredo. A gente recebe votos de felicidade, o
destino conspira a nosso favor e você me irrita só pra me ver brava. O amor
grita e a gente finge que não escuta. Eu, por medo de perder a melhor coisa que
eu tenho nessa vida. Você, quem sabe? Só sei que você tá certo, sou louca e estranha.
Apaixonada e tua.
domingo, outubro 28, 2012
domingo, outubro 21, 2012
Ainda somos nós
Muitas
pessoas já cruzaram a minha vida. Algumas permanecem até hoje, outras passaram
como um vento e você...você se foi, mas não passa nunca. Nosso amor nunca foi
fácil, desses que você vê andando de mãos dadas pelas ruas. Sempre escondido,
proibido e mais forte que tudo e todos. No pouco tempo que durou, se fez
eterno. Você é mais parte de mim do que pessoas que eu conheço a tantos anos e
vejo quase todo dia. Hoje você tem sua vida, eu também tenho a minha e não é
justo dizer que não somos felizes. O tempo passa, as coisas mudam de lugar, mas
nossa história continua ali, fazendo sorrir de vez em quando. O pior já foi, as
lágrimas já não se jogam, mas ás vezes ainda me escapa uma ou outra. Tua
presença ausente, tua partida presente, uma saudade boa, mas que dói. Você se
foi, mas de alguma forma, em algum canto do peito, ainda somos nós. Talvez
nunca deixemos de ser.
domingo, outubro 14, 2012
Amor não precisa de permissão
Queria gritar que te amo,
mas sussurro, pra ninguém escutar. E a gente segue assim, no escuro, andando
contra o mundo que não aceita nós dois juntos. Diz pra eles que nada disso me
impede de ser louca por você. Explica que os tantos obstáculos e essa distância
imposta não diminuem meu amor, não te expulsa de mim. Eu queria ser parte da
tua vida assim, do jeitinho que ela tá, não me importo. E quem tem que decidir
sou eu, conta isso pra eles. Se tudo isso é pra tentar me proteger da dor, tá
muito errado, porque essa tentativa já me dói absurdamente. Eu durmo coberta de
saudade e o que me conforta é lembrar de você. Eu continuo andando, em direções
obrigatórias, mas na certeza de parar por aí, pelo seu caminho. Porque você tá
em tudo que é meu e isso ninguém tira. Faz assim, conta pra eles que amor não
se proíbe, que ele cresce sozinho, não precisa de permissão. Só chega e domina
a gente, com ou sem luz. Quer saber? Deixa que eles vão descobrir sozinhos...
segunda-feira, outubro 08, 2012
Toda ressaca passa
Das ressacas, tive a
pior, a ressaca moral. Sem remedinho, repouso ou simpatia pra passar. O
telefone de um lado, o orgulho do outro. Um filme da noite passada, sem final
feliz. Eu sem você. O mundo me apontando o dedo, como se já não bastasse o meu.
Acabou o café, acabou o sono, acabaram as desculpas pra não sair e encarar o
mundo. Só que, por sorte, acabou também minha paciência de ouvir lição de moral
de quem não tem moral faz tempo. Fiz porque eu quis e faço de novo, quando me
der vontade. Foi assim que eu saí pela primeira vez depois do ocorrido, dando a
cara a tapa, com meu melhor batom, uma roupa escolhida a dedo e um foda-se na
ponta da língua. Não economizei grosseria, tô cansada de poupar pessoas que não
se esforçam o mínimo pra me poupar de nada. Anota aí grossa na sua lista de
julgamentos, joga na minha cara outro dia, numa próxima oportunidade. Quem não
erra? Faça-me o favor, pra que tanta rispidez por eu ser humana? Podia comprar
uns pães e usar o saco na minha cabeça, pra me esconder de toda essa falação,
mas eu não ia conseguir me esconder de mim, então deixei pra lá. Só continuei
ereta e me vesti de deboche. Porque não vale a pena, ninguém tava falando pra
me ver feliz, era só pelo prazer de julgar, só queriam o gostinho de me ver na
pior e isso eu não podia dar. Voltei pra casa e o telefone continuava me
encarando, mas nada de tocar. Tá querendo que eu ligue? Pode desistir. Se
ninguém mais se arrependeu nessa história, não seria eu quem iria inaugurar.
Não sou de deixar pra lá, porque esse “lá” é sempre algum lugar dentro de mim e
as coisas me assombram por anos. E sou impulsiva demais pra fazer o papel de
vítima, nunca encarno o personagem e acabo me desculpando por coisas que eu nem
fiz, só pelo hábito de ser vilã. Peguei o celular, depois de muita luta, deixei
mensagem: “Não sou de cobrar, acho que as coisas tem que acontecer num fluxo
natural. O que te cobrei, porque me doía a ponto d’eu atropelar minhas regras,
te deixei faltar. Deixei, talvez, porque você me faltou demais e pra preencher
teus espaços precisei de mais que textos, músicas e saudade. Se alguém chegou,
foi porque você deu espaço. Eu não soube distribuir as vírgulas, porque sou
assim, saio atropelando tudo, sem pausa, errei. Ainda tenho moral porque não
fiz nada por aventura, fiz por desamor. E quando se trata disso, pra todo erro
há uma absolvição. Não sei você, mas eu me perdoei. E me basta, porque de
alguma forma absurda e irônica, fui a maior lesada dessa história toda. Mas me
perdoei.” E deitei de consciência tranquila. A mensagem tinha sido meu remédio.
Não contei pra ninguém essa história, muitos opinam e repassam boatos por aí,
mas poucos sabem com detalhes o que realmente aconteceu. Sou muitas e todas
elas são exigentes e críticas, então já enlouqueço sem ajuda, não preciso de
outros donos da verdade. Não contei porque não interessa. Só vacilei, fiquei
mal, encarei minhas consequências, deixei meu desabafo com quem merecia talvez
uma breve explicação e dei sequência na vida. Toda ressaca passa, depois a
gente procura por outra e por outra. Que também vão passar. Vomitei meu último
foda-se e fui dormir, em paz.
terça-feira, outubro 02, 2012
Desculpa o estrago, por favor
Queria fazer o mínimo que
você merece, já que não consegui fazer o máximo. Queria pedir desculpas. Eu
atropelei a gente, te deixei caído no chão e fui em frente, sem nem te dar a
mão. Porque o mundo tinha que ver o quanto eu era forte, o quanto eu tinha
aprendido. E, que injusto, quis vestir meus escudos logo com você, que só
queria me proteger. Fui brincar de ser cínica logo com quem me falava verdades
bonitas, só pra me ver sorrir. Resolvi bancar a sem coração até ele começar a
doer e eu não conseguir mais ignorar a existência dele e a sua. Era uma dor
pesada que, acima de tudo, gritava que eu havia feito tudo errado. E de fato
havia. Virei pra trás, desarmada e completamente arrependida, mas não te vi.
Nem no chão, nem num banco, nem em pé me observando errar. Imagino que esperar
tanto tempo uma pessoa que não te dá nem carinho pra compensar a espera, deve
ser mais do que cansativo, dolorido. Você foi embora, coberto de razão. Logo na
hora em que eu cheguei, despida de arrogância. E só pude lamentar toda a minha
força bruta, minha farsa ensaiada, meu estrago em você, em mim, em nós. Sentei
no banco e, dessa vez, eu que esperei. Ainda espero. Então vem aqui e senta comigo,
ou então só passa e diz que me desculpa, que pode não entender, mas me
desculpa. Minha culpa era só medo, fantasiado de tanta coisa, mas sempre óbvio
pra você. Hoje eu aceitaria teu colo. E ficaria feliz, em paz. Porque era só
disso que eu precisava, apesar das minhas fugas impulsivas. Hoje eu sei.
Desculpa?
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