quinta-feira, setembro 29, 2011

No peito só amor-próprio


E foi assim que eu, finalmente, voltei pra única pessoa no mundo que nunca me abandonou ou desmereceu: eu mesma. Foi desse jeito meio torto, meio bruto que eu voltei pra mim. Foi depois de me doar e me doer tanto que eu percebi que não vale à pena. Não vale porque se uma pessoa te fere mais do que te cura, isso é doença e não felicidade. É câncer e não amor. Viver de anestesias, dor e mais anestesias é sobreviver e só. Me recuso. Coração vazio e sorriso cheio, que assim seja. Os arranhões já não me doem, cada decepção eu levo como vacina. Dessa vez prometo não me abandonar, me deixar de lado ou me diminuir por ninguém nesse planeta. Se não tiver jeito, posso até me emprestar, me dividir quem sabe, mas me perder nunca mais. Agora é assim, primeiro eu. Quem não gostar das regras, não joga. Tô feliz, acredita ? Olha só a irônia, fui buscar o amor e já tinha. Fui tentar ser feliz e já era. Fui tentar me encontrar e me perdi. E, que loucura, precisei me perder pra me valorizar.

sexta-feira, setembro 23, 2011

Uma saudade

 Andei pensando em você hoje, pensando nos nossos momentos. Eu sempre cedendo, sempre vendo em você muito mais do que você realmente é. Lembrei das tantas loucuras que eu já fiz por nós, das furadas que você me metia. Lembrei que agora as coisas estão ruins, mas não me lembro de quando foram boas. Eu sempre imaginando, idealizando, sonhando e a realidade sempre a mesma droga. Minha atenção sempre focada em você e a sua no seu próprio umbigo. Lembrei, tranquila e sorrindo, das tantas vezes que priorizei você, me desdobrei pra te encontrar, e de como você nunca adiou uma ida a padaria por mim. Lembrei daquele dia que a gente saiu e eu acabei perdendo o casaco por culpa sua. E quer saber ? Me deu uma saudade... eu adorava aquele casaco, idiota.

quarta-feira, setembro 21, 2011

Martha Medeiros


Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e os maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo. Isso é que libera a gente para ser feliz de novo.

sábado, setembro 17, 2011

Que tédio, que tédio

Não gosto de perder. Perder uma pessoa, num jogo, uma coisa, uma história. Ás vezes me enrolo nas minhas coisas cheias de vírgulas, sempre em continuidade. Sou dona da verdade e dos pronomes possessivos. Tudo é meu, o que eu tenho, o que não tenho, o que já tive e não tenho mais. Não vou me desculpar pelas minhas teimosias, meu orgulho quase maior que eu ou minhas crises de TPM. Meu braço foi feito pra abraços, carinhos, cafunés, não pra dar a torcer, entenda. No meu coração muita coisa entra, muita coisa sai, mas só amor e gente de verdade permanece. Guardar rancor também não é pra mim, não dá. Guardo na minha coleção de manias essa de acreditar nas pessoas, acreditar além das pessoas. Se sei que magoei alguém, isso também me magoa. Se falhei a ponto de causar dor, isso também me dói. Se eu reclamar de ciúmes hoje, acredite, são muitos e muitos dias calando ele aqui dentro. Essa sou eu, resumidamente. Tantos caras dizendo que querem me conhecer, e eu sempre me incomodo com a colocação da expressão “me conhecer”. Querem saber meu nome, idade, time, pra onde eu saio. Querem uma ficha rápida, informações superficiais, se certificar que eu sou aparentemente normal ou compatível. Não querem me conhecer, não se importam, sou só carne. “Me fale sobre você ?“  perguntam sem querer ouvir uma resposta sincera, só esperando a hora do abate. Que tédio. Eles fingindo interesse e eu lutando pra ficar acordada.

quinta-feira, setembro 15, 2011

The Killers- TATI B.

Sempre que uma situação começa a ficar boa ou simplesmente começa, solto minhas frasezinhas bombas. Não sei se com isso quero realmente foder a minha vida ou me proteger de me foder. Acho que segundos antes de explodir tudo, penso assim: se eu falar a frase mais errada do mundo, só os realmente fortes sobreviverão. O que eu não percebo é que no começo de alguma coisa, ninguém ainda é realmente forte para agüentar minhas frasezinhas bombas. E todo mundo, sem exceção, acaba correndo assustado. E no dia seguinte eu acordo com aquele misto de vitória com tristeza. Sozinha novamente. Como se isso fosse um prêmio mas também uma doença. Dentre as minhas frasezinhas bombas tenho três prediletas “to morrendo de saudades de você”, “a vida sem amor é uma merda” e “você me dá pouca atenção”. (...) É o jeito que arrumei de me rebelar contra essa hipocrisia masculina. Eles podem dormir na casa da gente, enfiar o pauzinho no meio das pernas da gente, pedir uma torradinha com requeijão de manhã, mijar pra fora do nosso vaso, contar a vida deles e pedir mais carinho nas costas. Mas não suportam ouvir no dia seguinte um simples “gosto de você”. Covardes de merda. Odeio essa hipocrisia masculina. Se eles falam mil vezes que querem te ver é tesão e você não pode se assustar, mas se você falar uma única vez que quer vê-los, é porque você é uma mala que está “misturando sentimentos”. E eles podem se assustar. Que preguiça desse planetinha dos macacos e suas bananas. E sigo com minhas frases matadoras. “Pensei em você hoje”; “Voltei antes pra te ver”; “Vamos nos ver hoje?”; “Vamos comigo na festa da minha amiga?”; “O que você vai fazer no feriado?” E tenho cada dia mais nojo de como frases ditas pra ser agradável soam como um assassinato. E tenho nojo de pensar que quando você tira o controle deles, eles não sabem mais o que fazer com você. “O que eu vou fazer com uma mulher que eu já conquistei?” Que tal continuar conquistando todos os dias, seu idiota? Que tal viver uma história que passe da primeira página? Tenho cada dia mais nojo de como as pessoas se consomem e não se conhecem, não vivem nada. Não sabem nada da vida da outra a não ser o tamanho dos peitos e se o desenho dos pêlos é mais para Claudia Ohana ou bigodinho do Hitler. Sempre lembro de uma vez que fui passar cinco dias com um namorado no alto de uma montanha e ele me apareceu com um verdadeiro “kit putaria”. Passou antes no sex shop e comprou de óleo de massagem a roupinha de enfermeira. Tenho certeza que fez isso porque pensou “que porra vou fazer com uma mulher cinco dias em cima de uma montanha a não se trepar”? Se fosse algum dos seus amiguinhos eles poderiam rir, se divertir, beber, conversar, apostar corrida, jogar videogame, brincar na piscina, fazer trilha. Mas com uma mulher? Um ser estranho chamado mulher? Que porra ele iria fazer não é mesmo? Homens acham que a página 1 é trepar e a página 2 é casar. E como têm pavor da 2 (e quem disse que as mulheres também não têm?) acabam nunca saindo da 1. E nisso conversas incríveis, descobertas maravilhosas e histórias lindas morrem antes mesmo de nascer. Eles podem te comer mas jamais passear de mãos dadas com você.Isso tudo me dá um bode profundo. Mas no fundo tenho mais bode é de mim. Por ter dito frases desse tipo para pessoas sem nenhuma magia, sem nenhuma poesia. E que ao invés de enxergar beleza enxergaram “carne ganha”. E no fundo eu nem sentia nada por essas pessoas, estava apenas testando a hipocrisia do mundo. Estava apenas comprovando que se tratava apenas de mais uma “carne podre”. (...) Da onde eles tiram que somos tão assustadoras? A gente só quer ter com quem rir no final do dia e ganhar alguns beijos no lugar certo. Nada muito diferente do que eles querem.Mas cansei. Definitivamente cansei. Cansei de um mero “nossa, tava pensando em você” equivaler a um “nossa, tava pensando em você de terno e gravata no altar de uma igreja”. Já que pouca coisa assusta tanto, decidi que agora vou jogar pesado. Daqui pra frente minhas frases matadoras vão ser de “quero ter um filho seu” pra pior. Quem quiser sair comigo vai ter de ouvir “posso dormir aqui?” ou ainda “acho que posso me apaixonar por você”.E quem sobreviver a esse verdadeiro extermínio de pretendentes, vai descobrir que eu sou só mais um ser que morre de medo do amor e da convivência. (...) Mas de verdade (e dessa vez sem medo de assustar ninguém) adoraria encontrar alguém que resolvesse correr esse risco junto comigo.

segunda-feira, setembro 12, 2011

Férias


Fechei a conta da acomodação. Dei um tempo nessa estória de me boicotar. Tirei férias de mim, férias pra mim. Sair pra viajar em outros mares, outros mundos. Passar um fim de semana na vida de outro alguém, experimentar outras pessoas. E que se dane você, que se dane essa voz que grita na minha cabeça sempre falando de como tudo vai dar errado. Desliguei o celular, me desliguei do medo. Se não conseguir me encontrar, deixa recado na caixa postal. Quem sabe eu te mande um postal, contando como minha vida anda bem apesar de você. Que tudo flua e que as coisas aconteçam como devem ser, repito como um mantra. Botei na mala só os sentimentos bons, nada de dor por aqui. O que o destino me trouxer, amém ! Não vou nadar contra a maré, não mais. Quando eu voltar, veja bem, estarei pronta pra fechar os ciclos. Qualquer coisa me escreva. Tô de férias.

sexta-feira, setembro 09, 2011

Caio Fernando Abreu


Eu me sinto às vezes tão frágil. Queria me debruçar em alguém, em alguma coisa. Alguma segurança. Invento estorinhas para mim mesmo, o tempo todo, me conformo, me dou força. Mas a sensação de estar sozinho não me larga. Algumas paranóias, mas nada de grave. O que incomoda é esta fragilidade, essa aceitação, esse contentar-se com quase nada. Estou todo sensível, as coisas me comovem.
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