quinta-feira, dezembro 13, 2012

Náufrago



Eu enfrentei o mundo por você, pra ficar do seu lado, mas você nunca esteve realmente do meu. Hoje, depois da sua partida oficial, eu posso ver tudo isso e me arrependo de ter remado tanto sozinha. E em vão, morremos afogados. Você jogou a gente em alto mar e foi pra outro barco, sem nem se importar se eu sairia bem ou mal disso tudo. Nunca se importou, não é? Agora eu sei. Agora eu entendo cada conselho de tanta gente que sempre quis meu bem, que eu sempre joguei fora pra guardar você. Mas você nunca valeu meus esforços, meu amor, minha doação. Acho que já entrei no barco furado e devia ter te jogado pra fora antes que ficássemos pesados demais e tudo afundasse, mas eu escolhi remar. Escolhi você e nunca fui sua escolha. Mas tudo bem, queria te dizer que, graças a você, aprendi a nadar. Era questão de sobrevivência, eu tive que aprender. Hoje sou melhor e você? Vai ser sempre o peso dos barcos, que triste. Não te desejo o mal, porque sua vida já é vazia demais e não tem mal pior que esse, alguém que não sabe viver. Alguém que não sabe dar e ter valor. Desejo que, um dia, você entenda o que é amor.

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